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Tumores de hipófise
A glândula hipófise é o maestro do controle hormonal do corpo humano. Esta é localizada dentro e na porção central do crânio abaixo do cérebro, mais precisamente abaixo do aparato óptico (quiasma e nervos) na região chamada de sela túrcica. Alguns tumores podem acometer esta região prejudicando a visão e alterando a função hormonal do corpo. O diagnóstico dos tumores desta região se faz com tomografia de crânio, ressonância magnética, exames oftalmológicos e exames sanguíneos (hormonais). O trabalho multidisciplinar entre neurocirurgião, endocrinologista e oftalmologista é muito importante.
O tumor de hipófise mais comum é o adenoma de hipófise. Os adenomas de hipófise necessitam de tratamento por 2 motivos principais: disfunção hormonal refratária a terapia medicamentosa ou efeito de massa compressivo sobre as estruturas adjacentes (nervos ópticos ou quiasma óptico). São tumores classicamente ditos benignos por não serem metastáticos (“não espalham” para outras áreas do encéfalo) e são acessíveis cirurgicamente. Quanto ao tamanho podem ser classificados em macroadenomas (>10mm) ou microadenomas (<10mm). Tumores grandes estão diretamente relacionados a sintomas de déficit visual (classicamente hemianopsia bitemporal à dificuldade em enxergar os campos visuais laterais de cada olho) devido à compressão direta do tumor sob o aparato óptico de baixo para cima, já que a glândula está localizada abaixo do quiasma óptico.
A hipófise pode ser dividida em adeno-hipófise (porção anterior) e neuro-hipófise (porção posterior. Quanto à função hormonal adeno-hipófise contém cinco principais células secretoras, as quais podem ser diferenciadas por métodos imuno-histoquímicos, ou por características morfológicas da microscopia eletrônica. Assim, as lactotróficas secretam prolactina (PRL), as somatotróficas, hormônio do crescimento (GH), as tireotróficas, o hormônio estimulador da tireóide (TSH), as corticotróficas, o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) e beta lipoproteína e as gonadotróficas secretam o hormônio luteinizante (LH) e o hormônio folículo estimulante (FSH). Acrescente-se ainda que PRL e GH possam ser secretados por células primitivas acidófilas e ACTH, TSH, LH e FSH por células primitivas basófilas. Alguns adenomas apresentam populações desproporcionais de algumas destas células e começam a produzir sem controle algum desses hormônios em excesso o que pode resultar em vários sintomas e síndrome clínicas.
O tratamento proposto é geralmente cirúrgico se existirem alterações visuais ou se o tumor for produtor de GH, ACTH ou TSH. Os prolactinomas (tumores secretores de prolactina), na dependência do tamanho e ou resposta a terapia com agonistas dopaminérgicos (medicação para diminuir o tumor e evitar a secreção hormonal exarcebada), podem necessitar de tratamento cirúrgico.
O tratamento cirúrgico habitualmente se dá por craniotomia fronto-lateral clássica ou por via endonasal endoscópica. Sempre que as características do tumor e do paciente permitem a via endonasal endoscópica é escolhida por ser menos invasiva e ter acesso direto à base do crânio (local onde está a hipófise), sendo assim acesso mais simples e direto. Assim como toda doença tem riscos, a cirurgia de grande porte para tratamento também tem riscos e estes devem ser esclarecidos em consulta médica.